Você sabia que Emily Brontë só escreveu um único livro durante sua curta vida? E ainda bem que assim o fez, pois “O Morro dos Ventos Uivantes” é um clássico que toda pessoa deve ler em algum período da vida.

A Compota de Maçã é protagonista importante de determinado trecho da história. Aprenda a fazer esta receita que é uma delícia <3

Eu já devo ter lido “O Morro dos Ventos Uivantes” umas três vezes. Parece uma coisa, toda vez que sinto necessidade de dar uma sacudida nos sentimentos e fugir um pouco da vida sem sal, corro para este romance. (Mais outros títulos fazem parte da minha lista de “livros para momentos ruins”. Um dia publico esta lista por aqui).

Acho que isso acontece porque todos os personagens criados por Emily Brontë são extremamente sentimentais. Talvez, admito, eu me veja um pouco em cada um deles. Catherine é explosiva, cheia de crises de choro e reflexões angustiantes. Já Heathcliff é o ser apaixonado que se deixa levar tanto por suas emoções que inicia uma série de atitudes vingativas que acabam impactando até a próxima geração deste casal. Li em algum lugar que Heathcliff é o típico escorpiano. E não poderia haver melhor comparação.

Bom, decidido fazer a compota, piquei as maçãs, coloquei-as no fogo e, enquanto elas cozinhavam, aproveitei para checar o celular, fuçar a vida alheia no Instagram, ler mensagens no Facebook, responder WhatsApp e… O cheiro de queimado.

Quando levantei meus olhos para a panela, lá estava o pano de prato em labaredas em cima do fogão. Só Deus sabe como aquele pano de prato foi parar ali. Mentira. Eu mesma que deixei o bendito em cima do fogão. Sim, perto da panela. Sim, perto do fogo. Mas, o que importa é que, graças a uma descarga de pânico, puxei com violência a única parte do tecido que ainda não tinha queimado.

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É claro que o problema não seria resolvido tão fácil. Ao cair no chão, uma das labaredas pulou para o outro pano de prato que estava pendurada na porta do forno. Foi eu piscar e já tinha outro incêndio na cozinha. Eu, uma Compota de Maçã, dois panos incendiados e meu espetáculo de pirofagia.

Corri para a lavanderia, peguei um rodo e, com o cabo, levantei os dois tecidos para jogá-los na pia. Abri a torneira e o respiro de alívio. Mas, é claro, como não poderia deixar de ser, minha experiência não havia acabado ali. Dentro da panela, meus pedaços de maçã derretiam num lodo preto fedorento. A minha compota à lá Heathcliff estava queimada.

Eu já contei por aqui que certa vez quase explodi meu bairro fazendo um simples bolo de chocolate que, também, acabou queimado. Esta aí atestada a minha sina de causar incêndios gastronômicos e arruinar com receitas. Mas, bola pra frente! Eu tinha mais maçãs em casa. Ainda bem!

A Compota de Maçã

O romance se inicia quando o patriarca da família Earnshaw traz um órfão para morar na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes. Encontrado na estrada sozinho, este menino é considerado um cigano e, por isso, vai sofrer preconceitos durante todo o livro. O garoto é batizado de Heathcliff e vai se afeiçoar bastante com o Sr. Earnshaw. Fato que acaba causando ciumes em Hindley, o filho mais velho. Por outro lado, Catherine, a outra filha, acaba se apaixonando por Heathcliff.

Quando o Sr. Earnshaw morre, Hindley assume a casa e se vinga de Heathcliff, o sujeitando a diversas situações constrangedoras. Em uma passagem, Catherine é mordida por um cachorro e fica afastada cinco semanas se tratando na casa dos Linton, amigos da família Earnshaw. Quando ela volta para o Morro dos Ventos Uivantes, para comemorar o Natal, está acompanhada dos filhos da família Linton, Edgar e Isabella. Ao ver Heathcliff, ela se assusta com a péssima aparência do jovem e o compara aos irmãos Linton.

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Visto a origem misteriosa de Heathcliff, a mãe dos irmãos Linton aceita jantar na casa apenas se o garoto for mantido longe e, por isso, Hindley dá ordens para que ele seja trancado no sótão até o fim do jantar.

Edgar aproveita a oportunidade para fazer birra com Heathcliff que, obviamente, se enfurece e joga Compota de Maçã quente na cara do pentelho.

E já que karma is a bitch, adivinhe com quem Catherine acaba se casando mais tarde?

Curiosidades

A família Brontë conta com três grandes escritoras. Charlotte, que escreveu “Jane Eyre” (Tem uma receita mara neste livro! Me aguarde!), Anne, escritora de “A Inquilina de Wildfell Hall” e Emily.

Quando Charlotte lançou “Jane Eyre”, foi um sucesso absoluto. Toda a Inglaterra se encantou com a história de amor contada nas páginas. Naquele mesmo ano o livro de Emily também chegou ao público, que estranhou tanta violência na obra. A recepção não foi boa e Emily acabou aceitando que, talvez, “O Morro dos Ventos Uivantes” não era assim tão bom. Ela estava com 29 anos e, no ano seguinte, faleceu de tuberculose sem imaginar que seu livro se tornaria um dos grandes clássicos de todos os tempos.

O interessante sobre a história de vida de Emily é que muitas experiências vividas por ela estão presentes em sua única obra. Ela vivia numa casa em Haworth, uma cidadezinha inglesa localizada em cima de um morro, onde o vento uivava ao passar pela janela. Além disso, sabe-se que a narradora de “O Morro dos Ventos Uivantes”, a empregada Nelly, foi inspirada em Tabhyta, a governanta da casa de Emily.

Como não poderia deixar de ser, a obra foi adaptada em filmes, seriados e novelas. A história de amor entre Catherine e Heathcliff já ganhou diversas roupagens para atingir variados públicos. A versão mais famosa é de 1939. Filme dirigido por William Wyler e estrelado por Laurence Olivier e Merle Oberon. Mas, a minha preferida é de 1992. Os papeis de Catherine e Heathcliff ficam com Ralph Fiennes e Juliette Binoche. Porém, já teve de tudo. Desde uma versão espanhola de 1954 com os personagens principais renomeados como Alejandro e Catalina, até um romance adolescente que acontece num colégio americano feito pela MTV. Vale dizer também que, é claro, a obra também já virou novela brasileira e diversos seriados ao redor do mundo.

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Nível: Apenas 1 Machado

Ingredientes

– Quatro maçãs pequenas picadas
– 1 copo com água
– 1 xícara cheia de açúcar
– Suco de 1 limão
– Canela em pau
– Cravo à gosto

RENDIMENTO: Uma xícara grande de compota. Nas fotos eu usei o doce todo. Já dá para ter uma ideia. Se quiser mais, é só dobrar a receita.

Passo a Passo

Descasque as maçãs e pique em pedaços pequenos. Reserve.

Em uma panela, junte a água e o açúcar e deixe ferver. Em seguida, acrescente o suco de limão, a canela e o cravo.

Quando começar a engrossar o caldo, coloque as maçãs.

Deixe-as cozinhar até o ponto de compota. O caldo vai ficar escuro e cremoso.

Depois de pronto, você pode passar o doce por um processador para que ele fique liso e homogêneo. Como eu prefiro a compota com os pedaços de maçã, deixei do jeito que saiu da panela. 

Dá para comer a compota de maça com colher ou na torrada ou ainda servida com o sorvete de creme que eu fiz aqui.

Aproveite para assistir alguma das versões cinematográficas do livro. A minha preferida é a de é a de 1992 com Juliette Binoche e Ralph Fiennes. 

 

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