Quindim, o doce preferido de Mario Quintana

Quindim sempre foi o doce preferido de Mario Quintana. O doce é simples, simples de fazer  e fica uma delícia!

Livros infantis ou os poemas simples e belíssimos, em algum momento da vida você já deve ter se deparado com alguma obra de Mario Quintana

Meu primeiro contato com o autor foi com o livro “Nariz de Vidro”. Esta coletânea de poemas infantis foi uma das responsáveis por ser quem sou hoje, apaixonada por literatura.

Depois a vida veio com toda aquela complicação de sempre e, com isso, evoluí para obras mais densas. Quer dizer, “densas”. Porque quando falamos de Mario Quintana, não podemos nunca usar esta palavra para descrever sua obra. 

Profundas e reflexivas, sim. Densas, jamais.

mario quintana

Mario Quintana nasceu em 1906 e desde muito cedo começou a trabalhar como jornalista. Sempre foi uma pessoa reclusa, tanto é que morreu em 1994, aos 87 anos, sem nunca ter casado ou tido filhos.

Todos amigos e autores que o conheceram, o descrevem como uma pessoa de bem com a vida. Também pudera, só alguém que sabe encarar a vida de frente, apesar de todos os apesares, para escrever algo tão leve e simples como isso:

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

Teve uma vez que ele foi atropelado e socorrido pelo motorista. Depois de passar por uma cirurgia no fêmur, ele acordou no hospital e perguntou: “Anotaram a placa?”. As pessoas ao seu redor lhe explicaram que o motorista tinha socorrido ele e que estava ali no hospital acompanhando tudo.

Quintana insistiu: “Vocês não estão entendendo, eu queria saber a placa para jogar no bicho”.

Quando falamos de cozinha, o assunto é indiscutível. O doce preferido de Mario Quintana já rendeu até contos e crônicas nas mãos de outros escritores. 

O poeta Paulo Hecker Filho, no livro “Fidelidades”, conta que ele costumava deixar na porta da casa de Quintana um presente especial. Tratava-se de livros e quindins acompanhados de um bilhete: “Para estar ao lado sem pesar com a presença”.

O escritor Fabiano Dalla Bona, autor do livro “O Céu na Boca”, também conta que um dos rituais de Quintana era ir até a lanchonete do jornal Correio do Povo, em Porto Alegre, pedir um quindim e uma xícara de café preto bem forte sem açúcar.

Esta paixão toda até lhe rendeu entre os amigos o apelido de Mario Quindim.

O que importa é que ando vivendo um momento conturbado da vida e Quintana tem me ajudado bastante.

Em homenagem a ele, decidi fazer o Quindim.

(E olha… se eu soubesse que fazer quindim era tão fácil eu já estava com 900 quilos).


1machado

Quindim

  • 10 gemas
  • 1 vidro de leite de coco
  • 50 g de coco ralado
  • 200 g de açúcar
  • manteiga e açúcar para untar a forma
  1. Unte uma forma com buraco no meio com muita manteiga e açúcar.
  2. Passe todas as gemas numa peneira – para tirar a pelinha que dá gosto e cheiro de ovos.
  3. Numa panela junte todos os ingredientes e mexa com delicadeza, só para incorporá-los.
  4. Coloque o creme de ovos na forma e leve ao forno em banho-maria a 150º graus.
  5. Deixe assar por 1 hora ou até que o coco tenha subido e formado uma crosta em cima do doce.
  6. Não desinforme quente, pois o doce quebra. E nem gelado, pois ele não desgruda da forma.
  7. O ideal é esperar esfriar e desinformar morno.
  8. Sirva gelado.

 Uma delícia de doce! 

Quer uma dica? Aproveite as claras para fazer um suspiro!

Bata as clara em neve num ponto bem consistente.

Delicadamente acescente, uma a uma, quatro xícaras de açúcar.

Coloque pequenas porções da mistura num refratário de vidro, polvilhe raspas de limão e leve ao forno baixo por 15 minutos. 

<3