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O medo da cozinha

Certa vez decidi fazer um chilli para a família do namorado. Veja bem, estou falando de uma família cujos integrantes nasceram praticamente na cozinha. Então imagina o peso da empreitada? Me lembro como se fosse ontem da situação. Contudo, de todos os sentimentos que senti naquele dia, o que se sobressaiu foi, com certeza, o medo. Na época eu não entendi muito bem a razão por estar me sentindo daquela maneira. Mas hoje compreendo. Quando começamos a cozinhar para os outros, esperamos um retorno. Obviamente positivo. Então é natural se sentir apreensivo. Será que vão gostar? Será que vou acertar no sal? Exagerar na pimenta?

Desde que comecei o blog, muitas pessoas comentaram sobre a aventura. Fazer um blog de culinária sem saber cozinhar… Você está maluca? E com um riso constrangido, eu corrigia. Não é um blog só de culinária. É de literatura também. Aqui eu me encontrei para me aventurar na cozinha com a bela da desculpa de ter os meus escritores preferidos por trás. E, o melhor, com esta desculpa passei a enfrentar a cozinha sem medo.

Agora sou esta pessoa meio maluca que quer cozinhar de tudo e para todos. Estes dias me vi pegando dicas com a tia do namorado. Como será que se faz uma lagosta? Mas eu preciso colocar ela viva na água fervente? Que horror! É claro que abandonei a ideia. Mas a vontade ficou ali me atormentando. Não seria um ótimo desafio?

Digo isso porque o blog acabou de completar oito meses e, neste tempo, aprendi a fazer sessenta receitas. Desde aquelas simples até as mais elaboradas. Receitas que eu nunca imaginei que um dia faria. Receitas que me fizeram viajar pelos meus livros preferidos com ainda mais paixão. Com o blog eu aprendi a encarar todas estas obras com um outro olhar, o olhar culinário. Dar vida a estas receitas é o que tem me incentivado a continuar cada vez mais com esta ideia.

E eu mal posso esperar pelas próximas receitas.

<3

Uma das aventuras vividas no blog: cozinhar uma pizza às três da manhã

Uma das aventuras vividas no blog: cozinhar uma pizza às três da manhã