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O licor de leite de Carlos Drummond de Andrade

Machado de AssisNível: Apenas 1 Machado

O primeiro volume da trilogia “Boitempo“, do poeta Carlos Drummond de Andrade, foi um dos primeiros livros que li. Por alguma razão, de todos os poemas da obra, nunca esqueci daquele que fala sobre o Licor de Leite.

Licor de Leite de Carlos Drummond de Andrade

Este licor de leite deu o que falar. Quer dizer, pelo menos aqui em casa.

Esta foi a segunda receita que fiz para o blog. Quando comecei a colocar em prática a ideia de aprender a cozinhar inspirada em meus escritores preferidos, duas receitas vieram na cabeça. A Cocada de Capitu e Bentinho e o Licor de Leite de Carlos Drummond de Andrade.

O problema é que fazer um licor é simples, mas requer paciência. Afinal, ele demora dez dias para ficar pronto. Bom, o fato é que fiz o licor, deixei ele num canto e… Acabei esquecendo. A garrafa ficou largada num canto da casa, solitária, por meses.

E então decidi fazer a receita novamente, só que desta vez num domingo qualquer na casa do namorado. Mas aí o mesmo aconteceu. Esqueci a garrafa na casa dele e o tempo foi passando, passando e passando… Estragou.

Portanto, esta é a terceira vez que tentei fazer o licor e, finalmente, deu certo. Programei o alarme do celular para me avisar que já tinham passados dez dias e era hora de coar a bebida.

E, ainda bem, o licor ficou uma delícia.

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O lanche preferido de Elvis Presley

Machado de AssisNível: Apenas 1 Machado

 

Pão coberto com manteiga, um pote de manteiga de amendoim, um pote de geleia de uva e fatias de bacon fritas. Aprenda a fazer o lanche preferido do Elvis Presley, o famoso Fool’s Gold.

Fool's Gold de Elvis Presley

Ok, eu sei. Você engordou só de ler a introdução. Convenhamos que não é a toa que o Rei pesava 120 quilos quando faleceu aos 42 anos, isto em 1977.

Confissão de mulherzinha: Só soube da existência deste lanche depois de assistir a comédia romântica “Será que?“, protagonizado por Daniel Radcliffe, no final de semana. Fiquei tão besta quando o casal de amigos discute esta peripécia de Elvis que mergulhei numa pesquisa pra lá de curiosa.

Achei umas informações bem bacanas (E um tanto quanto assustadoras) no livro “O Livro dos Mortos do Rock“, de David Comfort.

Portanto, a receita de hoje foi retirada de um livro, de um filme e, claro, da vida real.

Saiba mais adiante.

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O medo da cozinha

Certa vez decidi fazer um chilli para a família do namorado. Veja bem, estou falando de uma família cujos integrantes nasceram praticamente na cozinha. Então imagina o peso da empreitada? Me lembro como se fosse ontem da situação. Contudo, de todos os sentimentos que senti naquele dia, o que se sobressaiu foi, com certeza, o medo. Na época eu não entendi muito bem a razão por estar me sentindo daquela maneira. Mas hoje compreendo. Quando começamos a cozinhar para os outros, esperamos um retorno. Obviamente positivo. Então é natural se sentir apreensivo. Será que vão gostar? Será que vou acertar no sal? Exagerar na pimenta?

Desde que comecei o blog, muitas pessoas comentaram sobre a aventura. Fazer um blog de culinária sem saber cozinhar… Você está maluca? E com um riso constrangido, eu corrigia. Não é um blog só de culinária. É de literatura também. Aqui eu me encontrei para me aventurar na cozinha com a bela da desculpa de ter os meus escritores preferidos por trás. E, o melhor, com esta desculpa passei a enfrentar a cozinha sem medo.

Agora sou esta pessoa meio maluca que quer cozinhar de tudo e para todos. Estes dias me vi pegando dicas com a tia do namorado. Como será que se faz uma lagosta? Mas eu preciso colocar ela viva na água fervente? Que horror! É claro que abandonei a ideia. Mas a vontade ficou ali me atormentando. Não seria um ótimo desafio?

Digo isso porque o blog acabou de completar oito meses e, neste tempo, aprendi a fazer sessenta receitas. Desde aquelas simples até as mais elaboradas. Receitas que eu nunca imaginei que um dia faria. Receitas que me fizeram viajar pelos meus livros preferidos com ainda mais paixão. Com o blog eu aprendi a encarar todas estas obras com um outro olhar, o olhar culinário. Dar vida a estas receitas é o que tem me incentivado a continuar cada vez mais com esta ideia.

E eu mal posso esperar pelas próximas receitas.

<3

Uma das aventuras vividas no blog: cozinhar uma pizza às três da manhã

Uma das aventuras vividas no blog: cozinhar uma pizza às três da manhã

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Uma enquete sobre o Capitu Vem Para o Jantar

Olá, amigos!

Recebi um convite da Sheila do blog delícia A Cozinha Sincera. Um convite para participar de uma espécie de corrente de blogueiros para que vocês possam conhecer mais sobre cada projeto. Achei bem bacana a ideia. No final, vou indicar um blog para responder, tá?

1- O que te fez criar o blog e escolher este nome?

Eu sempre tive uma pendência comigo mesma: aprender a cozinhar. No entanto, com a correria do dia a dia, fui deixando esta ideia para segundo plano. Faltava uma motivação, sabe? E aí, um dia como qualquer outro, de repente, ela veio. Eu estava relendo o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis e me deparei com uma cocada. Trata-se de uma cocada que Bentinho e Capitu passaram a infância comendo enquanto cantarolavam o pregão do vendedor: “Chora, menina, chora. Chora porque não tem vintém”. Esta parte me intrigou e acabei ficando com uma baita vontade de comer a cocada. Daí fui até o mercado, comprei os ingredientes, fiz a cocada (ela não deu certo, ficou parecendo beijinho de colher) e a comi relendo o livro. Uma experiência que me deixou mais próxima da obra. Como se eu estivesse compartilhando daquele momento da história com Capitu e Bentinho. Bom, estava aí a minha motivação. Que tal aprender a cozinhar com meus escritores preferidos? 

O nome é uma homenagem a esta história, já que foi Capitu quem me trouxe até aqui.  <3

Cocada - Livro "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Clique aqui

Cocada – Livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.

2 – Em que te inspiras para escrever os posts?

Os livros me inspiram. É uma delícia promover esta simbiose entre comida e literatura. É como se fosse um incentivo para promover a leitura. Acho que, às vezes, temos uma relação muito fria com a comida. Aquela coisa de comer apenas porque precisa. A partir do momento que entrei neste projeto e pude começar a dar vida para estas receitas criadas pelos meus escritores preferidos, bom, a brincadeira de aprender a cozinhar ficou muito mais divertida. 

3- Você tem algum sonho grande para seu blog?

Sonho que ele nunca acabe. rs Até porque, convenhamos, esta universo é bem amplo e acho que vou conseguir encontrar receitas escondidas nos livros sempre. Mas espero que ele cause uma fome ao leitor. Falo sobre a fome de conhecimento. De mergulhar nestes livros lindos e viajar na história sob outra perspectiva – por que não a da comida?

Também planejo começar a fazer uma série de vídeos mais pra frente. Acho que até o começo do ano já coloco isso em prática. Não vou fazer vídeos com passo a passo da receita. Vou fazer vídeos com debate sobre livros. Tenho ideia de até promover encontro com leitores. :)

4- O que diria o blog acerca de ti, se pudesse falar?

O Capitu diria que sou uma pessoa completamente apaixonada por este espaço e que faço cada receita com um carinho especial. Estou aprendendo a cozinhar, mas quero compartilhar tudo com os leitores e ouvir as críticas e sugestões sempre! 

5- Já teve algum stress por causa do blog (privacidade, comentários negativos-ofensivos, fofoca, etc)? Se sim, como você reagiu?

Não tive nenhum problema. Aliás, sou muito feliz por este espaço ter me dado oportunidade de conhecer pessoas incríveis e participar de experiências maravilhosas como cozinhar a bala de caramelo para 20 crianças de seis anos porque elas estavam lendo o livro “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Um convite que me emociona até hoje!

A Fantástica Fábrica de Chocolate

Convidada para fazer bala de caramelo para crianças apaixonantes

Bom, eu espero que vocês tenham gostado e aprendido um pouco sobre o Capitu. Se tiverem mais alguma dúvida, por favor, não hesitem em perguntar! <3

Quem eu indico para responder esta enquete? As queridas Flávia Elisa e Noelle Marques do blog Fora do Castelo e a Nayra Schall com o delícia Berinjela na Panela.

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Ajude a investigar os doces ao redor do mundo

Me deparei com uma notícia pra lá de interessante no caderno Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, e achei que era algo digno de compartilhar com vocês.

The Candy Project

O chef espanhol Andoni Aduriz e o sociólogo Iñaki Martinez estão fazendo um mapa dos doces ao redor do mundo. O projeto se chama The Candy Project e visa fazer um levantamento dos doces típicos encontrados em diversos lugares do planeta.

O bacana é que dá para você participar desta pesquisa. Basta acessar o site (http://thecandyproject.org/)  e responder um questionário sobre o doce típico da região onde você mora. Há diversas questões como quais são os sentimentos em relação ao doce na sua região e sobre qual é o doce que marcou sua infância.

Você pode responder as perguntas em inglês ou italiano. Achei um projeto incrível e resolvi contar para vocês. Já respondi o questionário, afinal, como falar de doces sem citar o Brasil com suas delícias açucaradas?

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Pão de centeio de Os Miseráveis

Machado de AssisNível: Apenas 1 Machado

 

Jean Valjean fica na prisão durante 19 anos por ter roubado um pão para a irmã e sete sobrinhos. Ao sair da cadeia, a primeira coisa que come é um pão de centeio. Aprenda a receita do clássico “Os Miseráveis“, de Victor Hugo.

Livro "Os Miseráveis", de Victor Hugo

Antes de tudo, preciso fazer uma confissão. Eu não li a novela original com os enormes cinco volumes de “Os Miseráveis“. A versão que li foi esta aí da foto, no auge dos meus 14 anos. Uma versão realizada por Miécio Táti. (Nota mental: resolver esta pendência e ler a versão original de Victor Hugo assim que puder).

Como vocês já devem saber, moro em São Paulo. Esta semana tá um tempo esquisito por aqui. Cinzento e calorento. Esta minha vida de freelancer é uma eterna caixinha de surpresas. Tem semana que tô no Deus-me-acuda-não-tenho-tempo-pra-fazer-xixi e tem semana, como esta, que a calmaria até me irrita. Então já viu… calmaria e tempo cinzento lembra o que? Café da tarde! \o/

Se tem uma tradição de família que existe desde que me conheço por gente é aquela de todo santo dia se sentar à mesa por volta das quatro horas da tarde e se acabar de comer. Café fresquinho, pão quentinho e manteiga derretida. Depois que saí de casa, este costume foi abandonado. Durante as tardes, geralmente, tomo um suco, um iogurte, como uma fruta, qualquer coisa prática.

Mas, hoje me bateu uma baita vontade de tomar um café da tarde bem gostoso. E aí decidi fazer o famoso pão de centeio de “Os Miseráveis”. Minha dica? Aproveite a receita com a manteiga que eu ensinei a fazer aqui.

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