Doce de Viúva para A Viuvinha de José de Alencar

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Conheça  “A Viuvinha”, romance do José de Alencar, e aprenda a fazer o Doce de Viúva, uma delícia portuguesa

Você provavelmente conhece José de Alencar como o escritor de “O Guarani”, “Senhora” e “Iracema”. Porém, hoje vou falar de uma obra chamada “A Viuvinha” e te contar um pouco sobre o contexto por trás deste livro.

José de Alencar começou a trabalhar como folhetinista no Correio Mercantil do Rio de Janeiro em 1854. E foi neste jornal que ele publicou “A Viuvinha”, em 1857.

“A Viuvinha” foi publicado originalmente em formato de folhetim. Ou seja, os capítulos eram publicados pouco a pouco pra segurar a curiosidade dos leitores.

E essa coisa de folhetim já vinha fazendo muito sucesso lá fora, principalmente na França. Aconteceu porque os jornais começaram a depender de publicidade para se manter e, por isso, foram obrigados a ampliar a circulação.

Uma boa forma de fazer isso era aumentar o público. E, portanto, começaram a publicar estas histórias pensando, principalmente, nas mulheres, que interessadas por esses causos, geralmente de amor, começaram a comprar os jornais.

A febre do folhetim chegou no Brasil na década de 30, primeiramente, traduzindo as histórias que eram publicadas lá fora. Na década 40, começamos a ter os nossos escritores, com histórias que se assemelhavam mais com o nosso cotidiano. José de Alencar foi um grande representante. Publicou grandes histórias suas, como “O Guarani”, no jornal.

“A Viuvinha” de José de Alencar

“A Viuvinha” conta a história de Jorge, um homem apaixonado por Carolina e que decide se casar. Porém, ele descobre que gastou toda sua fortuna, herdada do pai, em festas, boêmia, bailes. Não podendo lidar com a humilhação de jogar o nome do pai na lama e não podendo sustentar Carolina, ele tem uma ideia um pouco ousada.

Atenção! Spoiler Alert!

Ele decide fingir a própria morte. Cria outra identidade, fica cinco anos trabalhando pra pagar as dívidas e sempre pensando no momento de reatar com Carolina.

Ela, judiação, que não sabe de nada disso, se mantém de luto, usando preto, por todos esses anos. Com isso, acaba ganhando o apelido de “Viuvinha”. E, bem, você vai ter que ler o livro pra ver o que acontece,né?

Esta foi a primeira história escrita por José de Alencar, apesar de ter sido lançada depois de “Cinco Minutos”, esta sim a primeira história publicada.

Esse caso de amor entre Jorge e Carolina acontece em 1840. Nesta época, o Rio de Janeiro começava a aproveitar bailes, festas e boêmia. O que explica a vida festeira de Jorge. Porém, a história só foi publicada em 1857, portanto, no Segundo Reinado. Um período de grande progresso, principalmente cultural.

E se você se lembra, época do Romantismo. E se tratando de José de Alencar, primeira fase romântica. Apesar de suas obras terem características da segunda geração ultra romântica, deprimente que só ela, e até do movimento seguinte, o realismo.

Estão em “A Viuvinha” a crítica à sociedade da época, a idealização do mundo e da mulher amada, o pessimismo, o sentimentalismo. Ih, meu filho, tá tudo alí.

Só não tá comida. Bicho! Uma história tensa dessa e não tem nenhuma comidinha pra te dar aquele abraço.

Tem passagens sobre alimentação sim, como a vez que Jorge na pindaíba total, economiza com seus jantares… as reuniões na casa da Carolina… a festa do casamento… Porém, nenhum alimento é de fato citado além de vinho do porto.

Como eu disse, se tratava de um momento que ainda vivíamos sob a asa de Portugal. E é claro que a cozinha da terrinha influenciava bastante a nossa cozinha.

O doce de viúva

Eu achei no livro “A Culinária do Rio de Janeiro, da colônia à atualidade”, do Flávio Ferraz, que o Doce de Viúva era um doce típico da época.

Doce de Viúva é um doce típico português, cheio de ovos e açúcar e amêndoas, original dos conventos de Braga. Os doces portugueses geralmente têm origem em conventos. As mulheres usavam as claras dos ovos para engomar as roupas e sobravam muitas gemas e elas tinham que improvisar algo pra evitar o desperdício. Por isso, os doces portuguesas são sempre feitos com muitos ovos.

Eu achei Doce de Viúva preparado de diferentes formas, parecidos com o pastel de nata, outra versão como um bolinho…

Então, para a “Viuvinha” de José de Alencar, um Doce de Viúva.


Doce de Viúva

  • 1 xícara de chá de açúcar
  • 1 xícara de chá de água
  • 1 colher de sobremesa de essência de baunilha
  • 5 gemas
  • 3 claras
  • 2 colheres de sopa de amêndoas em lâminas
  1. Numa panela, junte o açúcar, a água e a essência de baunilha. Mexa só para misturar os ingredientes e deixe a calda ferver sem mexer para que ela não fique açucarada.
  2. Reserve e deixe amornar.
  3. Enquanto isso, bata 5 ovos e acrescente a calda já morna aos poucos, sempre mexendo.
  4. Leve a mistura ao fogo baixo novamente.
  5. Adicione as amêndoas e misture até engrossar.
  6. Tire do fogo e acrescente três claras batidas até o ponto de neve.
  7. Coloque a massa em forminhas e leve ao fogo pré-aquecido a 180 graus por 20 minutos.

Olha, sou suspeita, eu sei… mas que doce gostosinho, viu?

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Até a próxima receita.

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